quinta-feira, 7 de outubro de 2021

A Lei do Menor Esforço - Tridimensional



CONCEITO: Uma breve história do canudinho de plástico

O primeiro canudo que se tem registro na história data de 3.000 anos a.C., em plena Mesopotâmia (atual Oriente Médio) idealizado pelos sumérios, que o utilizavam ao beber cerveja sem tragar os sedimentos acumulados na fabricação. 

Feito apenas de ouro e lápis-lazuli, as matérias primas mais restritas da época, provavelmente destinados à nobreza desta civilização.

Em 1888, quase 130 anos atrás, o americano Marvin Stone, de Washington, EUA, inventou e patenteou o primeiro canudo da história feito em papel.

Antes disso, usava-se canudos feitos com a palha do centeio,  mais ecológicos e sustentáveis do que o plástico.

A opção do papel resistente,  com uma fina cera que o  impermeabilizava levemente, apesar de inovadora,  era cara e pouco resistente. Em alguns lugares da Ásia utilizavam canudos de papel de arroz.

Os feitos de plásticos chegaram a nós nas décadas de 60 e 70. Em pouquíssimo tempo sucumbimos a sua comodidade a despeito dos agravos ao meio ambiente.

Joseph B. Friedman em 1937 inventou o canudo dobrável ao observar a dificuldade da sua filha pequena em alcanças o canudo rígido. A maioria dos canudos de plástico se decompõe em partículas cada vez menores, liberando produtos químicos no solo, no ar e na água, prejudiciais aos animais, plantas e pessoas. Representam cerca de 4% do plástico que atualmente polui os oceanos. 


 OBJETO  do EXERCÍCIO


- Vale a pena? 

 - Nosso descaso em relação ao descarte de  plásticos no meio ambiente está bem argumentado na campanha "anti-canudinho"? 

- Estamos realmente empregando energia na descoberta e implantação de  soluções alternativas? 

- Esta é uma representação  válida do problema? 

 


- E  o " Duchampismo" ? Produz o efeito crítico desejado ou esta voz se perde pela banalidade da ação e seus igualmente banais desdobramentos? 

 


"Garrafa de Plástico com Canudinho de Acrílico" ou "A Lei do menor Esforço"

REFERENCIAL


 Marcel Duchamp - Roda de Bicicleta  (19130 - Readymade Retificado

"Uma roda de bicicleta preta é uma roda de bicicleta preta. Um banquinho branco é um banquinho branco. Uma roda de bicicleta preta em cima de um banquinho branco não é uma roda de bicicleta preta em cima de um banquinho branco." Rodrigo Suzuki Cintra

Material Utilizado: Plástico e Acrílico 

READYMADE

"Os primeiros readymades de Duchamp do qual se tem conhecimento  foram  Roda de Bicicleta de 1913, uma roda montada em um banquinho de madeira, e In Advance of the Broken Arm de 1915, uma pá de neve com esse título. 

 Antes de unir um banco a uma roda de bicicleta, Duchamp realizou algumas pinturas, notadamente inspiradas em vanguardas já existentes, no caso o impressionismo e o cubismo. Foi após a produção de sua “Roda de bicicleta” que o artista  decidiu não ser mais um mero pintor entre milhões, mas um artista entre milhares, já que Duchamp entendia que a pintura já não teria mais o poder de revolucionar o cenário da arte 

 Em 1917, em Nova York, Duchamp fez seu readymade mais notório, Fountain, um mictório masculino assinado pelo artista com um nome falso e exposto colocado no verso. Os readymades posteriores eram mais elaborados e chamados por Duchamp de readymades assistidos. 

Para seus readymades, Duchamp escolheu deliberadamente objetos comuns, funcionais - e um tanto enfadonhos. Sua escolha foi: ‘… Com base em uma reação de indiferença visual, com ao mesmo tempo uma ausência total de bom ou mau gosto…’ Duchamp conforme citado em The Art of Assemblage: A Symposium, The Museum of Modern Art, Nova York, 19 de outubro de 1961.

Embora o termo readymade tenha sido inventado por Duchamp para descrever sua própria arte, desde então tem sido aplicado de forma mais geral a obras de arte feitas de objetos manufaturados. Por exemplo, obras de artistas da YBA Damien Hirst, Michael Landy e Tracey Emin, (como Emin’s My Bed 1998) podem ser descritas como readymades

A teoria por trás do readymade foi explicada em um editorial anônimo publicado na edição de maio de 1917 da revista de vanguarda The Blind Man dirigida por Duchamp e dois amigos: Se o Sr. Mutt com suas próprias mãos fez a fonte ou não, não tem importância. Ele ESCOLHEU. Ele pegou um artigo de vida comum e o colocou de forma que seu significado útil desaparecesse sob o novo título e ponto de vista - criou um novo pensamento para aquele objeto. 

 Existem três pontos elucidativos : primeiro, que a escolha do objeto é em si um ato criativo. Em segundo lugar, ao cancelar a função "útil" de um objeto, ele se torna arte. Em terceiro lugar, que a apresentação e adição de um título ao objeto deu a ele "um novo pensamento", um novo significado.

 Os readymades de Duchamp também afirmaram o princípio de que o que é arte é definido pelo artista. A escolha do objeto é em si um ato criativo, anulando a função útil do objeto o torna arte, e sua apresentação na galeria lhe dá um novo significado. Essa mudança de artista como criador para artista como selecionador é freqüentemente vista como o início do movimento para a arte conceitual, à medida que o status do artista e do objeto são questionados. 

Na época, o readymade era visto como um ataque à compreensão convencional não apenas do status da arte, mas de sua própria natureza. Um termo pronto…! Curiosamente, o termo escolhido por Duchamp para descrever sua nova abordagem para fazer arte é em si um "readymade". No final do século XIX, o termo "pronto" estava sendo usado para descrever objetos que eram fabricados em vez de feitos à mão".


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