ROCOCÓ
Nascido entre cerca de 1725 e a Revolução Francesa resultou da fusão do estilo rocaille ou rococó francês com o barroco tardio italiano, e se espalhou pela Europa
A sociedade vivia o declínio da glória e luxo da nobreza, e vislumbrava futuro incerto. Para camuflar esta realidade se debruçou sobre a forma de arte que sugeria leveza, alegria, luz e transparência.
Ilusão era a palavra de ordem do estilo que desapareceria no final do século para dar lugar ao neoclassicismo de um lado, e ao romantismo do outro.
Com a morte de Luís XIV, a arte se libertou da severidade do classicismo e evoluiu para formas onde movimento recuperou sua importância.
Incentivado sob a regência de Filipe de Orleans, e depois sob o reinado de Luís XV, o gosto pelo rococó testemunhou uma sociedade que se tornou leve e libertina. Aproveitando um absolutismo já estabelecido, o novo rei e sua corte rendiam-se aos prazeres do corpo e da mente: festivais galantes e salões literários tornaram-se as ocupações diárias de uma aristocracia que fugia da evidente realidade do seu declínio.
O estilo rococó era aplicado tanto aos móveis quanto à decoração da arquitetura. Os elementos ornamentais retomaram os motivos renascentistas: máscaras, folhas, conchas, dragões, asas de morcego, golfinhos, etc.
Colecionadores procuravam por temas galantes, eróticos e libertinos repletos de ninfas, deuses pagãos, sátiros ...
A composição geral usava a linha serpentina, a espiral e os efeitos sinuosos. Nesta nova identidade fantasia e o cuidado com a encenação substituíam o justo e frágil equilíbrio do século anterior.
Influenciou o teatro na composição e posicionamento de personagens, posturas e disfarces para testemunhar o mundo não como era, mas mas como acreditavam ser.
Os pintores mostraram-se interessados em representar a aristocracia, bem como o povo, principalmente nas representações burguesas.
Esse novo gosto por sujeitos singulares pode ser entendido como um prenúncio da futura abolição da hierarquia social vigente.
As festas de Versalhes eram os principais temas dos pintores franceses.
Watteau pintava com melancolia. Boucher, influenciado pela clareza do estilo italiano, com ar erótico. Fragonard retratava sentimentos de amor em cenas ou paisagens mitológicas. Chardin preferia colocar emoções íntimas em cenas de gênero e naturezas mortas. Maurice Quentin de la Tour se especializava em pastel, técnica apreciada pelo público pela suavidade, aspecto vaporoso, e rapidez de execução , o que permitia à linha sugerir expressões momentâneas dos modelos.
Os pastéis rapidamente se tornaram a marca registrada de muitos artistas : Liotard, Perronneau, Rosalba Carriera ...
*SURGIMENTO DA CRÍTICA
No século 18 o público conheceu obras de pintores que expuseram nos Salões. A opinião e o julgamento mútuo estavam no centro das discussões. Quando alguns se especializaram neste campo (o filósofo Denis Diderot por exemplo), surgiu , e se estabeleceu, a "crítica de arte."
Crítica, porta-voz do gosto do público, definiu o academicismo e os rumos a serem seguidos.
Composições necessitavam de clareza para uma leitura fácil e óbvia. A superioridade era dada ao desenho sobre a cor. A imitação da natureza feita através do estudo da antiguidade.
Os pintores podiam escolher se ater a ela e assim obter reconhecimento durante sua vida, ou, pelo contrário, opor-se e pintar à margem da tendência imposta. O primeiro rumo daria origem ao estilo neoclássico, o segundo ao romantismo.
NEOCLASSICISMO
Neoclassicismo surgiu reagindo às extravagâncias do Rococó retornando ao modelo antigo e ao belo ideal.
No século XVIII houve uma tendência de retorno à severidade, virtude e patriotismo, sendo abolidas as fantasias e imaginação.
Críticos de arte levantaram-se contra o rococó por misturar os cânones clássicos para representar o que os filósofos consideram "perversões do coração e do espírito".
Em toda a Europa, a ascensão social da burguesia e o poder econômico que ela instaurava fomentaram o gosto por um estilo em que o devaneio e os sentimentos poéticos não tinha mais lugar.
Trabalho e esforço cotidiano não davam espaço para a reflexão artística, discussões filosóficas e especulações.
A burguesia encomendava retratos para se afirmar socialmente como igual a uma nobreza por ela detestada.Havia um movimento de repúdio aos sentimentos humanos ligados à paixão, valorizando o que derivava da força do trabalho, da virtude, força moral, representando o domínio das emoções. Somava-se a isso um forte sentimento patriótico que se afirmava na Inglaterra, França e Alemanha.
A imagem deveria fornecer uma mensagem direta e facilmente compreensível, sem artifícios. A natureza copiada, era fortemente idealizada para servir à causa que escolheu servir.
Houve reinterpretação das artes anteriores sob o prisma do iluminismo: busca do espírito de liberdade e de um modelo de verdade.
A escultura grega era o ideal estético a ser imitado.
Jacques-Louis David foi o mais representativo do neoclassicismo do final do século XVIII. Os estudos acadêmicos em Paris e Roma embasaram um estilo rigoroso e intransigente que influenciou vários artistas de seu tempo.
A linguagem desenvolvida tinha como objetivo mover a moralidade pública por meio de mensagens que promovessem a nobreza da alma, o estoicismo e o patriotismo.
O vocabulário neoclássico deveria ser compreensível e acessível a todos. Para isso, o layout favorecia a economia de meios e a ausência de artifícios.
Muitas vezes, o primeiro plano era suficiente para definir a mensagem.
O entrelaçamento da história, no sentido Albertiano do termo, nas várias profundidades e transições imperceptíveis, como fizeram os grandes gênios do Renascimento ou do Barroco, não tinha mais lugar neste estilo severo que preferia a moralidade à espiritualidade.
Jean-Auguste-Dominique Ingres deu o tom da tradição neoclássica ao tornar a composição mais sutil, ao mesmo tempo em que afirmava a superioridade do desenho sobre a cor. Nisto, ele expressa uma linguagem totalmente oposta à de Delacroix, e dos pintores românticos.
A tradição clássica se desenvolveria durante a primeira metade do século 19 sob o nome de academismo, também conhecido como arte do bombeiro. A busca de um verdadeiro modelo não poderia mais corresponder a uma sociedade que em poucos anos passaria para os tempos modernos. A imitação do modelo antigo havia explorado todas as possibilidades que existiram durante os 4 séculos anteriores.
O Academicismo se revelou um estilo fugaz, incapaz de emoção e foi relegado à segundo plano pelas escolas da modernidade.
Esta expressão artística cederia lugar a uma infinidade de novas linguagens que passariam a ter em conta a imaginação, a ciência, o inconsciente e os sentimentos, até então ausentes da pintura.
Medo e angústia tornavam-se focos do romantismo.
ATIVIDADE: Comparação entre Rococó e Neo Clássico
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