quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Arte Sacra Brasileira - O Aleijadinho

 

 


"Filho natural" do arquiteto português Manoel Francisco Lisboa e de uma de suas escravas africanas, Antonio Francisco Lisboa provavelmente nascido em agosto de 1730 desenvolveu sua atividade artística sob a influência do proprio pai, do pintor e desenhista João Gomes Batista e dos entalhadores Francisco Xavier de Brito, e de José Coelho Noronha.

Até o ano de 1777  Antonio Lisboa, saudável e vivaz cunhava sua obra através da jovialidade. Após provavelmente acometido de lepra tuberculoide,infecção capaz de explicar a mutilação (perda dos dedos dos pés e alguns das mãos), a deformidade (atrofia e curvamento das mãos) e a desfiguração facial, das quais derivaram a alcunha de Aleijadinho, desenvolveu acervo triste e sofrido.

 

Esculpiu principalmente figuras religiosas sendo as 66 figuras cedro  representando os passos da paixão de Cristo e os 12 profetas em pedra -sabão, o maior conjunto estatutário barroco do mundo.

Existem muitas polêmicas em torno da vida de Aleijadinho.Iniciam nas datas de nascimento e morte, passam pelas influências artísticas no decorrer da carreira, e incluem o montante da obra artística, alguns historiadores afirmando que foi uma figura politicamente construída no governo Getulio Vargas.

AS obras em pedra sabão  e as figuras em cedro da via Crucis foram  realizadas quando tinha mais de 60 anos, colocadas no Santuário de Nosso senhor Bom Jesus de Matosinhos.

Na Europa Ocidental e na América Latina o estilo barroco se manifestou da metade do século XVI ao final do século XVII com características dramáticas em obras cujos detalhes elaborados retratavem esplendor e riqueza.. Foi seguido de perto pelo rococó.


No Brasil o barroco esteve vinculado ao momento comercial de enriquecimento e intensa mineração que ocorreu no século XVIII. Neste período a ação dos protetores das artes - paróquias, confrarias e associações religiosas - propiciou esta expressão artística do país. Historicamente são atribuídas inúmeras obras ao artista " Aleijadinho" sempre em Minas gerais nas cidades Ouro Preto, Congonhas, Mariana, Sabará, São João del Rey e Tiradentes. 

 

Apesar do estilo estar fundamentado no Barroco português, não há obras lusitanas comparáveis em magnitude. 

 

 

O documentário de Joaquim Pedro Andrade,sobre  o artista e obra, usa recursos como o zoom partindo de um plano mais amplo para um detalhe em plano fechado e suavidade da câmera que mantém sincronia com o que está sendo informado na narração e com os momentos em que a voz silencia. É embalado por trechos de músicas da época enquanto se visualizam as obras.

 Fotografia de Pedro de Moraes e narrativa de Ferreira Gullar sobre texto de Lucio Costa.



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